
Não me apercebi imediatamente do que era e depois fiquei na duvida acerca do funcionamento, mas felizmente eles têm instruções!

5 meses de Erasmus em Horsens, Dinamarca
O InterRail começou na quarta-feira dia 19 de Março e o meu objectivo era apanhar o comboio nocturno para Colónia, de modo a chegar lá na quinta-feira de manha. Claro que, como deixei para o próprio dia, quando fui reservar já não havia lugares disponíveis (já que não são muitos os lugares disponíveis para bilhetes de InterRail), portanto tive que adaptar um bocado a viagem, o que, confesso, me dava uma maior sensação de aventura. Acabei então por ir nessa mesma manha para Hamburgo e depois lá tentava arranjar um comboio para Colónia.
Quando cheguei a Hamburgo, pelas 16h, a primeira coisa que fiz foi encontrar um comboio que me permitisse estar em Colónia no dia seguinte bem cedo de manha. Escolhi o comboio que partia às 4.41h e chegava pelas 9h a Colónia, desse modo ainda dormia um bocado no comboio e não precisava de alojamento em Hamburgo.
Como ainda era de dia aproveitei para conhecer um pouco a cidade, não tinha nada planeado e não tinha visto nenhum ponto de interesse em específico por isso apenas peguei no mapa e tentei chegar ao centro da cidade. Já era tarde para visitar Museus e outros que tais, portanto passear pareceu-me bem.
Se calhar sou eu que não vou muito ao centro do Porto, se calhar são as pessoas que em geral preferem os centros comerciais, se calhar o Porto não está tão bem arranjado como as outras cidades Europeias, mas a verdade é que em todas as cidades em que estive as ruas estavam sempre cheias de gente, se calhar é porque havia muita gente de férias. Seja porque for ter pessoas nas ruas dá outra vitalidade a uma cidade.
Em Hamburgo visitei algumas lojas, dei umas voltas sem rumo, comi sushi na “Sushi Factory” num pequeno centro comercial no centro. Só tinha comido sushi uma vez, e desta vez não foi só a vontade de comer que me levou a comer sushi (na verdade a minha irmã Mixa disse-me que o que eu comi não era sushi, não me lembro o que ela disse que era, mas de facto não tinha peixe...=P) foi também o facto de comendo sushi poder ir ao WC sem ter que pagar!
É que na maior parte das cidades aonde eu estive pagava-se para ir a qualquer WC e quando não era obrigatório pagar estava sempre alguém sentado à porta com um pratinho para as pessoas deixarem uma moedinha... eu até percebo que esta medida faça os WC’s ficarem mais limpos, mas para quem não vive na cidade e não tem alojamento ter que pagar sempre que a natureza chama é muito aborrecido... Ainda para mais nos restaurantes já estamos a pagar pelo serviço, podiam tirar uma parcela para a limpeza dos espaços...
Depois do sushi e de mais umas voltas por algumas lojas para passar o tempo voltei para a estação para comer mais qualquer coisa (só comi dois pedacinhos de sushi...) e pensar no que fazer para passar o tempo até às 4h.
Para me auxiliar liguei-me à Internet num Cyber Café e pesquisei na WikiTravel por bares recomendados. Escolhi um e fiz-me ao caminho. No mapa parecia mais parte do que na verdade era e o caminho não era o mais iluminado, sendo junto a uma estrada tipo Circunvalação no Porto, e numa parte perto de uns jardins ainda tive a oportunidade de dar um pontapé num rato morto... sem querer, obviamente. Por momentos fiquei com medo que a minha sapatilha tivesse contraído raiva... Depois de caminhar por mais de vinte minutos lá encontrei o dito bar “Down Under”, fiquei contente porque realmente existia, mas fiquei um bocado aborrecido porque estava fechado...
Depois dessa decepção e de pensar um pouco resolvi voltar para a estação mais pelo centro da cidade e ver se não encontrava algo aberto.
Acabei por entrar num bar junto ao rio, mas não demorei muito a aperceber-me que ali iria morrer de tédio, já que não há assim muito para fazer quando se está num bar/restaurante sozinho e cansado de tanto andar.
Passado 30 a 45 minutos, depois de ter lido todos os folhetos que tinha nos bolsos decidi voltar para a estação, tinham-me dito que o McDonalds da estação ficava aberto 24horas, podia ficar lá a ler até à hora do comboio.
Fiquei um bocado decepcionado quando perto da 1h os senhores do McDonalds disseram a quem lá estava que iam fechar, não imaginam o frio que estava naquela altura na estação. Um edifício alto, dividido a meio por 12 linhas de comboio, com quatro pontos de entrada/saída todos sem porta e feita de pedra, claro. Em cada duas linhas havia uma mini sala de espera sem aquecimento e com bancos de ferro, bem frescotes, e durante toda a noite só um estabelecimento aberto, que por até estava quentinho, mas não tinha porta e como não era muito grande estava cheio.
Acabei por dividir o tempo de espera entre a sala, o tal estabelecimento e passeios às voltas pela estação, se calhar devia ter tirado o saco de cama, mas nem sequer havia um bom sítio para me deitar... foi doloroso, não consegui ler nem dormir, foi a meio dessa espera que decidi que mal chegasse a Colónia ia arranjar um bilhete para ir para Amesterdão ao fim da tarde e lá arranjaria alojamento de quinta para sexta (Colónia e Amesterdão ficam muito perto para ir nalgum comboio nocturno)...
E foi a praguejar que acabou a minha visita a Hamburgo, acho que já não ficava tão contente por ver um comboio como naquela madrugada.
Mas concluindo a cidade pareceu-me um bocado escura mas sem ser feia, na verdade acho que até gostei bastante. Confesso que não sei que pontos de interesse turístico é que terá, mas talvez valha a pena lá voltar para ver com mais calma.